Dissertação de mestrado apresentada no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará em dezembro de 2022.
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Desde o surgimento de uma nova técnica de Aprendizado Profundo, em 2012, o interesse pela inteligência artificial (IA) tem aumentado sensivelmente na indústria, comunidade científica e mídia. Com o tempo, essa tecnologia tornou-se assunto de Estado a ponto de, nos fins dos anos 2010, diversos países terem publicado estratégias nacionais para o desenvolvimento da IA. Acompanhando essa tendência, o Brasil publicou em 2021 a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial. Curiosamente, porém, o país já havia colocado em prática três políticas para o desenvolvimento da IA, sendo uma delas o programa dos Centros de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial (CPAs em IA). Em nossa pesquisa, buscamos examinar o andamento desse programa em seus estágios iniciais, concebendo-o como uma política de Estado voltada para o fomento da inovação e desenvolvimento nacional. Para isso, analisamos dados levantados com base em entrevistas, seminários e documentos dos órgãos públicos financiadores e de cada um dos seis CPAs contemplados no programa, amparando-se ainda em produção teórica sobre o papel econômico da tecnologia, desenvolvimento e sistemas de inovação. Nosso trabalho aponta que, tomando o programa dos CPAs em IA como referência, a formulação, o planejamento e a execução de uma política para o desenvolvimento de inteligência artificial no Brasil possui limitações e contradições bastante visíveis, ainda que configure uma iniciativa de relevância.